A recente aprovação do Código Florestal depois de muitos embates deixou passar
em branco alguns aspectos importantes, como o plantio em áreas de várzeas,
havendo interpretações contraditórias a respeito.
Segundo a Frente
Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional, as novas regras podem
inviabilizar a produção do arroz no sul do país, especialmente no Rio Grande do
Sul, visto que as várzeas são áreas que permanecem cheias e alagadas durante o
ano.
O artigo que trata do assunto, em razão de sua redação, provocou
acalorados debates, sofrendo diversas alterações.
Por vezes estas áreas
alagadas são confundidas com pequenos rios, os quais o Código Florestal
classifica como APP - Área de Preservação Permanente, ensejando, assim,
diferentes interpretações.
Em relação aos açudes para irrigação em áreas de
preservação permanente, não há clareza na regra vigente, a qual deverá ser
aclarada.
Segundo a FARSUL - Federação da Agricultura do RS, não há motivos
para preocupação, visto que as áreas que não são APP, não estão descritas na
lei, visto que esta só conceitua o que é APP, não havendo nenhuma menção a
várzea.
Já a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, aduz que a lei
não inviabiliza a produção existente, sendo a regulamentação geral da União,
cabendo aos Estados editar as regras específicas e dirigidas a sua
realidade.
Se faz necessário, a regulamentação do Código Florestal, onde
questões como essa devem ser dirimidas.
A frente ruralista no Congresso
pretende criar projetos de lei para deixar as regras mais claras, elidindo
qualquer dúvida sobre o tema.
Em realidade, restou omisso o novo Código
Florestal no sentido de considerar ou não a várzea como sendo APP.
Esta
brecha legal haverá de ser suprida pelo legislador.
http://www.leaoferreira.com/detalhenoticia.php?id=76