O Balanço Energético Brasileiro
O Balanço Energético Nacional 2011, relativo ao ano base de 2010 elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética faz uma radiografia do sistema energético brasileiro. Em relação à oferta de energia por fonte, o estudo mostra que a energia hidráulica responde por 74% da energia gerada no país, enquanto que o carvão responde por 1,3%, a nuclear por 2,7%, os derivados de petróleo por 3,6%, o gás natural responde por 6,8%, a eólica por 0,4%, a biomassa por 4,7% e a importação representa 6,5%. Em relação ao consumo de energia por fonte, o balanço mostra que o gás natural representa 7,2%, carvão mineral representa 1,5%, lenha 7,1%, bagaço de cana 12,9%, outras fontes primárias 2,5%, gás de coqueira 0,6%, coque de carvão mineral 0,6%, eletricidade 16,3%, carvão vegetal 1,9%, álcool 5,5%, outras 0,1%, óleo diesel 17,1%, óleo combustível 2%, gasolina 7,3%, gás liquefeito de petróleo 3,2%, nafta 3%, querosene 1,3%, outras fontes do petróleo 4,9% e produtos não energéticos de petróleo 2,9%. Quanto ao consumo final por setor, o estudo revela que o setor energético é responsável por 10,5%, já o setor residencial representa 9,8% do consumo, o comercial responde por 2,7%, o público com 1,5%, o agropecuário com 4,1%, o rodoviário com 26,5%, o ferroviário com 0,4%, o aéreo com 1,3%, o hidroviário com 0,6%, totalizando o setor de transportes 28,8%, tendo o segmento industrial, um consumo final de 35,6%, sendo o cimento responsável por 1,7%, ferro-gusa e aço com 6,9%, ferro-ligas 0,7%, mineração 1,3%, metalurgia não ferrosos 2,5%, química 3,1%, alimentos e bebidas 9,8%, têxtil 0,5%, papel e celulose 4,2%, cerâmica 1,9% e outros com 3,1%. Ainda segundo o levantamento referido, o Brasil em termos de energia, possui a quarta tarifa de eletrificação mais cara do mundo, com um custo de R$ 329,00 o Megawatt-hora (MWh), valor este, que representa mais de 50% do valor praticado por outros vinte e sete países, onde a energia custa R$ 215,50 o MWh. No Paraguai, o MWh custa R$ 84,4, enquanto que na China custa R$ 142,40, na Índia cerca de R$ 188,10, na Alemanha R$ 213,40 e na Itália onde o custo do Megawatt-hora é o mais caro, custa R$ 458,30. Dentre os setores industriais, o têxtil tem o menor consumo: 1,4%, enquanto que o setor de Alimentos e Bebidas consome 27%, o setor de Celulose e Papel responde por 11,7%, o setor químico demanda 8,7% da energia nacional, o setor cerâmico consome 5,2% da energia nacional, o setor do cimento consome 4,8%, a mineração consume 3,6% da energia industrial e 17% outros setores industriais brasileiros. A tarifa energética industrial brasileira tem como custos operacionais, cerca de 51,4% do total, sendo 50,3% com a geração, transmissão e distribuição da energia e 48,6% do total, referente à arrecadação pelo Governo, sendo 31,5% relativo a tributos (PIS, COFINS, ICMS) e 17,1% de encargos setoriais. Comparativamente entre os Estados, temos uma tarifa de R$ 331,00 MWh no RS, R$ 317,30 em SP, R$ 356,70 no RJ, R$ 291,40 no DF, R$ 365,20 na BA, R$ 338,20 no MA, R$ 255,90 em RR (menor valor), R$ 317,00 no AM e R$ 419,20 no MT (maior valor).
www.leaoferreira.com/detalheartigo.php?id=98