terça-feira, 10 de abril de 2007

A Redução das Greves


As Greves, num passado recente, patrocinadas pelos sindicatos, se caracterizavam pela paralisação dos empregados por aumento de salários. As relações Capital-Trabalho, sofreram profundas alterações, nos últimos anos, influenciadas pela expressiva taxa de desemprego, pela desaceleração da economia e por outros fatores internos e externos. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos – DIEESE, houve uma redução nas greves, de 66% no ano de 1997 em comparação com o ano anterior. Já em relação ao início da década de 90, a redução das greves dos trabalhadores foi de 90%. Em números, tivemos 804.311 trabalhadores em greve no ano de 1990 principalmente por melhores salários, enquanto que em 1996 este número caiu para 240.199 e no ano de 1997, 80.355 trabalhadores, sendo que, em relação a estes, a reivindicação não era aumento de salário, mas o recebimento do salário em dia para os empregados de algumas pequenas empresas em dificuldades financeiras. Apenas no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, os dissídios por greve tiveram uma queda de 47%. Em 1996, 256 dissídios de greve deram entrada naquele Tribunal enquanto que em 97 ingressaram apenas 135 dissídios da mesma natureza. Se no início desta década a reivindicação do empregado grevista era o aumento do salário, hoje, ela consiste, principalmente, na manutenção do emprego e no pagamento em dia do salário, no caso de algumas pequenas empresas em dificuldade financeira. A questão do desemprego, é mundial, mas em nosso País, merece uma atenção especial, em face dos índices alarmantes. O panorama atual do mercado de trabalho, exigiu profundas transformações na mentalidade dos empregados e dos dirigentes Sindicais. Os empregados, hoje, possuem outra visão da empresa, uma visão mais realista, na medida em que exigem aquilo que a empresa pode oferecer. Antes de uma Greve ou de um Processo Judicial, os empregados buscam informações sobre a empresa em que trabalham, preocupados em manter os seus postos de trabalho. Na mais das vezes, é mais vantajoso para os empregados negociarem com as empresas do que promoverem greves. Esta tendência, constitui um aprimoramento dos instrumentos de negociação. Esta mudança de mentalidade aliada as alterações da legislação, visando flexibilizar as relações trabalhistas (participação dos empregados nos lucros das empresas; contrato temporário de trabalho; jornada de trabalho, etc.) mudaram o papel do empregado nas empresas, sendo considerado um parceiro, um colaborador engajado no processo produtivo de forma a melhorar o resultado da empresa, sentindo-se, ele, mais responsável pelos destinos da empresa na qual trabalha, buscando maximizar o seu ofício, o que representa uma produtividade maior, com a ampliação do mercado para a empresa, o que se traduz em vantagens, para todos os funcionários, seja pela manutenção dos postos de trabalho, seja pela participação nos lucros, entre outros benefícios.